Videoarte



AR Glity
Realidade Aumentada

Video de artista realizado a partir de arquitetura modernista para construção audiovisual de simulação em animação frame-a-frame de óculos de realidade aumentada.

Realizado no Edifício Esplanada, marco modernista em Porto Alegre, projetado pelo arquiteto uruguaio Román Fresnedo Siri.

O laboratório poético foi motivado por teorias gestálticas, situacionistas e reflexões acerca da percepção da passagem do tempo e da presença na contingência da mobilidade espacial restrita. Debruça-se sobre os deslocamentos psicológicos mediados pelas janelas, telas e demais écrãs reais, virtuais e imaginados; responsáveis pela construção de territórios metafísicos nos quais a luz nunca apaga, nunca é escuro e não há a noite. Uma metáfora de reconstrução e desconstrução da memória da experiência no espaço coletivo, construído e urbano.





︎ Trabalho final de conclusão do Mestrado em Poéticas Visuais (PPGAV/UFRGS) com a Pesquisa Situações Públicas: Projeto e Projeção. Realizado durante o período de isolamento social provocado pela emergência da pandemia de COVID-19.
︎ 2021


︎ Trabalho selecionado para integrar a Mostra Museu (2021).
︎ Trabalho selecionado para integrar a Mostra de Arte Virtual Homeostasis Lab (2021).


Imagem vinculada ao aplicativo Artivive de Realidade Aumentada






Na medida em que se sabe que o mundo é visto, ou abordado, através de filtros, e que a percepção do real é incessantemente mediada por projeções, desenvolvi um último laboratório vinculado a esta pesquisa com o qual finalizo essa etapa de estudo. Trata-se de um trabalho agora situado na superfície, sem ponto-de-fuga e com todos os pontos-de-vista, da internet. Para pensá-lo, trato da internet como um sistema nervoso do planeta, que deve ser regido pelo interesse público e não dominado por interesses privados. Deriva desse pensamento o entendimento de que a internet mesma é uma situação pública, e que é preciso pensar sobre as suas condições e implicações ao tonar-se um dispositivo total.
Entendo, aqui, fazer presente a manifestação da fragmentação de um todo: o horizonte urbano comum, na aplicação de um filtro rearranjador das abordagens subjetivas do mundo e na confusão da atividade da leitura da realidade. Como posfácio de imagens, os frames desse vídeo centram-se no movimento do framing, na armação e nas lentes dos óculos. Parto de uma relação entre esse objeto, associado ao ponto de vista, e o terceiro plano da paisagem da cidade. Proponho uma composição de cena regida por essa mesma dinâmica do ponto-de-vista, na qual, em primeiro plano eu manipulo esse artefato usualmente dedicado a um aprimoramento da visão, mas que nesta situação a embaralha. Neste trabalho, provoco uma situação de anti-flaneur, em que se observa o exterior desde o confinamento e o contato se dá pela projeção no olhar do observador.
A pergunta –onde eu estou? no âmbito desse esforço teórico, resulta num deslocamento por contextos e por modos de criar situações públicas. Da arquitetura ao cinema de animação e transitando pelos modos de tencionar o espaço público nas poéticas visuais, ativo distintos contextos. Configurei-me como um outro em trânsito, trabalhando com deslocamentos luminosos, projetivos e projetados, com o píxel como material de cor, nos lugares e na internet, compondo telas de variável materialidade. O texto termina aberto, interrompido, como fragmento poético de um percurso de vida no qual imagens e histórias se lançam na busca de uma superfície de compartilhamento que as acolha.



AR Glity
, vídeo que integra a Mostra Museu 2021


Mostra urbana de arte digital - São Paulo, SP, Brasil, maio de 2021.
Fotografia: MostraMuseu
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︎ Créditos
Realização: Arq. Livia Koeche

Apoio Institucional: Pinacoteca Barão de Santo Ângelo, Programa de Pós-Graduação em Artes Visuais (PPGAV/UFRGS) Instituto de Artes da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (IA-UFRGS)
Este projeto foi financiado pela Coordenação de Aperfeiçoamento Profissional de Ensino Superior (CAPES, Brasil).



    Porto Alegre, Brasil.